sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ainda falando da mulherada.

Sempre em Março, fazemos (o Informativo da Fiel) uma homenagem à Mulher da arquibancada. Mas mesmo que a data já tenha passado, estamos postando aqui (Filipe já nos mandou o primeiro, para a volta do blog) textos com a história de mulheres que são tão importantes quanto os Homens, na vida do Corinthians, dentro e/ou fora da bancada. Porque como vocês sabem este blog é um modo, feminino, de ver o futebol e o Corinthians.

A ideia do blog, com a visão da Mulher não é concorrer com torcedoras de outros times e, sim, fazer a nossa parte como torcedora de futebol, além, é claro, do Corinthianismo. Mas temos leitoras de outros times que admiram esse "trabalho" (maravilhoso), que fazemos sem ganhar nada em troca, só a alegria de falar de Corinthians E FUTEBOL. Por isso, nos agrega.

Bom, aqui vai um texto do Informativo da Fiel (um time PERFEITO de mulheres, falando de SCCP, alguns meninos também, rs) que na época, entrevistei Tia Geni, que já tive o enorme prazer de sentar ao lado, no caminho para o morumbi, no favelinha e ouvir histórias lindas de Corinthians e Gaviões da Fiel. A entrevista traz também, a Mãe de minha companheira de blog Monikita, Dona Aurélia. Ela conta dos 23 anos na fila e, outras histórias da caminhada do Coringão - ao lado de seus filhos e marido.



Mulheres na arquibancada


Para homenagear as mulheres nessa próxima semana, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher em 8 de março, o Informativo da Fiel ouviu histórias de torcedoras que seguiram e seguem o Corinthians. Como a da Tia Geni, velha conhecida das arquibancadas corinthianas. Nascida em novembro de 1927, Dona Geni Santiago de Almeida começou a ir aos jogos na década de 50, com o marido. A Tia Geni, como é chamada por uma legião de admiradores, era baiana dos Gaviões da Fiel e hoje desfila na velha guarda da escola. "Ia ao Pacaembu quando ainda nem existia o Tobogã", conta. "Era muito gostoso. Sempre segui o Corinthians onde ele estivesse. No Pacaembu, no Morumbi e fora da cidade também. Aproveitei muito e até hoje vou."

Tia Geni é do tempo que as torcidas adversárias assistiam aos jogos juntas. "Nossas bandeiras? Levávamos pedaços de pano preto e branco pregados em um cabo de vassoura", diverte-se. Sobre as mulheres na arquibancada, Geni acha que tudo mudou bastante. "Naquele tempo eram poucas as mulheres que iam ao estádio. Eu era uma das únicas que sempre estava nos jogos, porque ia com meu marido. Eu sou realizada como mulher e em relação ao Corinthians sempre amei o futebol e o meu clube", garante. "Os homens naquela época talvez não gostassem de mulher junto, mas sempre me respeitaram muito. Eles conversavam entre si. Depois que o meu marido faleceu, eu continuei indo ver o Corinthians jogar. Ia com os Gaviões."

A história de Dona Aurélia Toledo Poso com o Corinthians também é antiga. Nascida em dezembro de 1942 na capital paulista, viu no seu pai, imigrante espanhol, um exemplo de corinthiano fanático. "Aliás, não só ele, mas éramos em 10 irmãos corinthianíssimos. Naquela época não havia TV, então para ver o Corinthians só indo ao estádio. Ou ouvindo os jogos no rádio. Eu e meus irmãos ficávamos junto ao rádio torcendo com o meu pai. Que saudades deles e do Corinthians com Cláudio, Luizinho e Baltazar", exclama Dona Aurélia.

Quando jovem, Dona Aurélia sabia que havia muito preconceito com a mulher em estádio, mas seu pai enfrentou o perconceito e quebrou o tabu, levando-a com ele nos jogos. "Depois casei com um torcedor também fanático e eu ia com ele a todas as partidas. Foram 23 anos muito sofridos. A torcida crescia e o time não conseguia ser campeão. E não eram times ruins, mas virou um tabu difícil de ser quebrado."

De Dona Aurélia nasceram mais dois corinthianos. "Meus filhos foram crescendo nesse clima e deu no que deu: dois fanáticos", conta. "Os anos de fila foram tristes, mas juro que não esperava passar por um rebaixamento. Chorei muito."

A corinthiana acha que hoje a mulher é mais aceita na arquibancada, mas o caminho ainda é longo. "Há muito preconceito a ser vencido, mas não desistimos. Um dia chegamos lá."

Antes de encerrar a entrevista, Dona Aurélia ainda se lembra de dois episódios que marcaram a sua vida. "Quem não viveu, nem imagina a emoção de ver o Corinthians campeão de 1977. Estava insuportável agüentar a gozação. Lavamos a alma. Nunca senti emoção igual. E a invasão no Rio – em 1976 – foi maravilhosa. Não se repetirá nunca mais. Estávamos eu, meu marido e meus dois filhos e em São Paulo foi crescendo uma energia, uma vontade de ir. 'Eu vou', 'Vamos todos', e a torcida abraçou o Rio. Jamais vou esquecer."

Homenagem

Dona Elisa Alves do Nascimento, um símbolo de torcedora, nasceu em Tietê, em 1910, junto com o nascimento do Coringão. De família pobre, começou a trabalhar cedo. Como era difícil arrumar emprego na capital, com suas mãos afinadíssimas para a culinária, Dona Elisa tornou-se cozinheira conceituada e muito procurada.Passou a se interessar por futebol e se envolveu no meio operário, que a levou a se tornar amiga de um dos fundadores do Corinthians, Antonio Pereira. Dona Elisa começou ir a todos o jogos e, por isso, passou a ser notada e admirada pela torcida e por dirigentes. Sua presença era sempre certa. Elisa faleceu aos 77 anos, no dia 1º de agosto de 1987. No Parque São Jorge, existe uma placa em homenagem a ela, por sua dedicação, fé e lição de vida. Um marco na história de nosso clube e de nossa torcida. Uma mulher que, lá de cima, na arquibancada, também chorou, também sorriu e também lutou pelo Corinthians. E em nome de todas as torcedoras corinthianas, queremos homenageá-la pelo dia Internacional da Mulher."Minha alma também é preta e branca. Sou toda Corinthians por dentro e por fora." Dona Elisa

http://informativodafiel.blogspot.com/2008/03/mulheres-na-arquibancada.html

2 comentários:

Mônikita disse...

EEEEE MULHERADA GUERREIRA!!!
QUE ORGULHO!!!
É NOSSO DEVER HONRAR SEMPRE ESSE LEGADO.

VAI CORINTHIANS!!!

Eliana Black disse...

É para honrar e perpetuar esse corinthianismo feminino e guerreiro que estamos sempre buscando nossos espaços, nesse universo masculino que é o futebol.
Mulherada Poderosa!